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Trabalhador com carteira assinada pode perder o Bolsa Família em agosto?

O Bolsa Família, lançado em 2004, é o principal programa de transferência de renda do Brasil, desempenhando um papel vital na redução da pobreza e da desigualdade social. No entanto, ainda existem diversas dúvidas que podem pegar os beneficiários de surpresa

Esse programa beneficia milhões de famílias em situação de vulnerabilidade em todo o país, fornecendo um suporte financeiro essencial. Entretanto, muitos brasileiros que trabalham com carteira assinada temem perder o benefício em 2024. Entender as regras e critérios para o recebimento do Bolsa Família é crucial para esclarecer essa questão.

Afinal de contas, o auxílio serve como um “salva-guarda” dos brasileiros e não deve substituir a busca por uma atividade laboral. Ainda assim, sem amparo, muitos brasileiros não se sentem livres para buscar um novo emprego, diante do medo de perder o auxílio.

Afinal de contas, beneficiário do Bolsa Família que trabalha CLT pode perder o benefício em 2024?
Afinal de contas, beneficiário do Bolsa Família que trabalha CLT pode perder o benefício em 2024? Foto: bolsadafamilia.com.br.

O que afeta o recebimento do Bolsa Família?

Para ter direito ao Bolsa Família, a renda familiar per capita não pode ultrapassar R$ 218,00. Esse cálculo é feito somando-se a renda total de todos os membros da família e dividindo-se pelo número de integrantes. Se o resultado for igual ou inferior a R$ 218, a família está apta a receber o benefício.

Além da questão da renda, é importante destacar que o programa impõe outras condições para a manutenção do benefício, visando garantir que as famílias beneficiadas tenham acesso a serviços básicos de educação e saúde.

Entre as exigências do programa, está a necessidade de que crianças e adolescentes matriculados em escolas mantenham uma frequência mínima de 85%. Além disso, a carteira de vacinação de crianças menores de 7 anos deve estar sempre atualizada.

Para as gestantes, é obrigatório realizar o acompanhamento pré-natal de forma adequada. Essas medidas são essenciais para garantir que as famílias beneficiadas tenham acesso a direitos básicos e para promover o desenvolvimento social e econômico.

Trabalhadores CLT e o Bolsa Família; qual o risco?

A dúvida sobre a possibilidade de trabalhadores com carteira assinada perderem o Bolsa Família é comum. A resposta, porém, depende da renda familiar. Se a renda mensal per capita da família permanecer dentro do limite de R$ 218,00, mesmo com um ou mais membros da família trabalhando formalmente, o benefício não será perdido.

Essa mesma regra se aplica aos beneficiários que se tornam microempreendedores individuais (MEIs), desde que a renda continue dentro do limite estabelecido.

Essa flexibilidade é importante, pois muitos trabalhadores brasileiros, mesmo com carteira assinada, continuam em situação de vulnerabilidade.

O Bolsa Família, nesse contexto, continua sendo uma fonte crucial de renda para complementar os salários baixos e garantir a sobrevivência de milhões de famílias. Em algumas regiões do país, o número de beneficiários do programa é superior ao de trabalhadores com carteira assinada, o que reflete a importância do Bolsa Família para essas populações.

Veja hoje:

13 estados superam número de beneficiários em relação ao número de CLT

O Bolsa Família representa uma das principais fontes de renda para muitas famílias brasileiras, especialmente em estados onde a formalização do emprego é menor. Em 13 estados brasileiros, o número de beneficiários do programa supera o número de trabalhadores com carteira assinada.

O estado do Maranhão, por exemplo, lidera essa lista, com 1.221.362 beneficiários do Bolsa Família e apenas 640.546 empregos formais. Isso demonstra a dependência de muitas regiões do Brasil em relação ao programa para garantir o sustento de suas populações.

No início de 2023, com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cerca de 50% dos empregos formais no país eram comparáveis ao número de beneficiários do Bolsa Família.

No entanto, à medida que o ano avançou e o mercado de trabalho se expandiu, essa proporção diminuiu para 45,8% em fevereiro de 2024. Esse dado indica uma recuperação gradual do mercado de trabalho, embora o programa continue sendo essencial para muitas famílias brasileiras.

Em várias regiões do Brasil, o Bolsa Família é mais relevante do que o emprego formal, destacando-se em estados como Bahia, Pará, Piauí e Paraíba.

Na Bahia, por exemplo, o número de beneficiários do programa ultrapassa 2,4 milhões, enquanto os empregos formais somam pouco mais de 2 milhões. Essa disparidade é ainda mais evidente no Maranhão e no Pará, onde a dependência do programa é crítica para a sobrevivência de grande parte da população.

Os dados mostram que, em estados como Pernambuco e Ceará, o número de beneficiários do Bolsa Família também é bastante significativo, superando o de empregos formais.

Em outras regiões, como Amazonas e Alagoas, a situação é semelhante, com uma alta dependência do programa. No Rio Grande do Norte, por exemplo, o número de beneficiários do Bolsa Família é praticamente igual ao de empregos formais, evidenciando a importância do programa na garantia de uma renda mínima para muitas famílias.

Wilson Spiler

Redator do portal Bolsa Família. Jornalista, pós-graduado em Marketing Digital e graduação em Designer Gráfico. Atuou em grandes veículos nas mais variadas funções, como Globo, SRzd, Ultraverso, entre outros.

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