13° salário do Bolsa Família: senado bate o martelo e define futuro do abono para beneficiários
O 13º salário do Bolsa Família tem sido tema de grande interesse entre os beneficiários do programa, que veem na possibilidade do abono uma forma de apoio adicional para as despesas de fim de ano.
A proposta de um 13º salário para o Bolsa Família foi introduzida no Senado com a intenção de oferecer uma parcela extra em dezembro, similar ao benefício concedido em 2019.
Naquele ano, durante a gestão do então presidente Jair Bolsonaro, os beneficiários do Bolsa Família receberam uma parcela adicional fixa de R$ 210. Esse pagamento, embora limitado, trouxe alívio para milhões de famílias.
Com isso, a ideia de um 13º salário permanente passou a ser uma demanda recorrente de parlamentares e beneficiários, especialmente em épocas de crise econômica e alta nos preços de itens essenciais.
Senado arquiva proposta de 13º salário para o Bolsa Família
Apesar da expectativa, o Senado Federal arquivou o projeto de lei que pretendia implementar o 13º salário para o Bolsa Família.
A proposta, de autoria do senador Jader Barbalho (MDB-PA), visava garantir uma parcela extra para os beneficiários em dezembro, mas foi retirada de pauta após um intenso debate sobre o impacto fiscal.
A decisão de arquivamento se baseou principalmente na falta de uma medida compensatória para cobrir o custo estimado de R$ 14 bilhões anuais.
De acordo com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), a proposta geraria uma pressão financeira significativa, dificultando o equilíbrio do orçamento federal.
O governo já destina cerca de R$ 170 bilhões ao Bolsa Família, e a criação de um 13º salário exigiria cortes em outras áreas de investimento social, o que representaria um desafio.
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Impacto fiscal do 13º salário no Bolsa Família: desafios e preocupações
O impacto fiscal estimado de R$ 14 bilhões trouxe apreensão entre parlamentares e especialistas em orçamento público.
A inclusão de um 13º salário para o Bolsa Família sem uma fonte de receita adicional representaria uma pressão sobre as contas públicas. Em defesa da responsabilidade fiscal, o governo optou pelo arquivamento da proposta, ressaltando a necessidade de manter o equilíbrio financeiro.
A decisão foi fundamentada em estudos apresentados pelo Ministério da Fazenda, que considerou o custo do 13º salário inviável sem novas receitas ou cortes em outros programas.
A criação de um abono extra anual, segundo esses estudos, requereria fontes de financiamento claras para evitar um possível desequilíbrio orçamentário e assegurar a continuidade das políticas de assistência social.
Histórico do 13º salário no Bolsa Família e o abono de 2019
A ideia de um 13º salário para o Bolsa Família se consolidou com a parcela extra paga em 2019, quando o Governo Federal destinou uma quantia adicional de R$ 210 para cada família inscrita no programa.
O pagamento de 2019 foi uma medida pontual e, desde então, o tema voltou a ser discutido no Congresso Nacional.
Desde a implementação do abono em 2019, propostas para um 13º permanente surgiram regularmente, mas nenhuma conseguiu avançar de forma definitiva. A falta de uma fonte de financiamento sustentável é frequentemente citada como o principal entrave para a aprovação do benefício em caráter permanente.
Mesmo com o apoio popular, as restrições fiscais do governo atual limitam a possibilidade de incluir um abono extra no Bolsa Família sem comprometer outros investimentos sociais.
Benefícios complementares e o compromisso do governo com o Bolsa Família
Embora o 13º salário tenha sido arquivado, o Bolsa Família continua sendo uma prioridade na agenda social do governo. Em 2024, o programa passou por uma reestruturação que incluiu benefícios adicionais, ampliando o atendimento às famílias com diferentes necessidades.
Atualmente, o Bolsa Família oferece o Benefício Primeira Infância, que destina R$ 150 mensais para cada criança de zero a sete anos, e o Benefício Variável Familiar, de R$ 50 mensais para gestantes e adolescentes entre sete e 18 anos.
Esses adicionais foram pensados para aumentar a proteção social dos grupos mais vulneráveis. Juntamente com o Vale-Gás, que oferece apoio financeiro para a compra de botijão de gás, o Bolsa Família busca atender as necessidades básicas de milhões de brasileiros.
O Vale-Gás, por exemplo, é pago bimestralmente e tem valor médio de R$ 102, ajudando as famílias a enfrentar a alta no preço do gás de cozinha.
Como se inscrever no Bolsa Família e critérios de elegibilidade
Para participar do Bolsa Família, é necessário que a família esteja inscrita no Cadastro Único do Governo Federal, conhecido como CadÚnico, que centraliza as informações socioeconômicas dos beneficiários.
O cadastro pode ser feito em um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), onde o interessado deve apresentar documentos de identificação e um comprovante de residência.
Após a inscrição, as famílias devem atender a certos critérios para garantir o benefício. Entre as exigências estão o acompanhamento de saúde e educação, incluindo a vacinação e a frequência escolar de crianças e adolescentes, além de atualizar o cadastro pelo menos a cada dois anos.
As regras visam assegurar que o programa atenda as famílias mais vulneráveis e contribua efetivamente para melhorar suas condições de vida.
O futuro do 13º salário no Bolsa Família
A possibilidade de um 13º salário no Bolsa Família continua sendo discutida entre parlamentares e líderes comunitários, pois o abono representa um alívio significativo para as famílias de baixa renda no final do ano. Mesmo com o arquivamento da proposta atual, o tema poderá voltar à pauta em um novo projeto de lei.
Para garantir o benefício no futuro, é fundamental que o governo encontre fontes de financiamento adicionais ou reveja outras áreas de subsídio fiscal para viabilizar o abono.
A proposta de um 13º salário ainda é amplamente apoiada, e a implementação de uma medida compensatória poderá facilitar sua aprovação em longo prazo, promovendo maior segurança para os beneficiários do Bolsa Família.