Por que o “ABONO FESTAS” do Bolsa Família deu ruim? Verdade vem à tona
O tão sonhado 13º para os beneficiários do Bolsa Família ainda está na mente de muitos brasileiros. A ideia parecia boa, não é? Um reforço financeiro no fim de ano para milhões de famílias que dependem desse programa essencial. Mas, infelizmente, a história do “abono festas” não teve um final feliz. Não teve bolo, nem presente, e o projeto foi arquivado. Mas o que deu errado? Vamos por partes.
A ideia de um 13º para o Bolsa Família não é nova. Em 2019, um pagamento extra foi realizado como medida temporária, gerando expectativas de que a prática pudesse se tornar permanente. Mas, enquanto alguns diziam “vamos repetir”, outros questionavam: “mas, e o orçamento?”
Foi aí que o senador Jader Barbalho (MDB-PA) apresentou um projeto de lei para oficializar o abono anual. O plano era beneficiar milhões de famílias com uma parcela extra todos os anos, algo que faria muita diferença em tempos de crise. Mas, desde o início, a proposta encontrou um grande inimigo: a conta não fechava.
O tamanho do problema fiscal para pagamento do abono
Você já ouviu falar que dinheiro não dá em árvore? Pois é, no caso do 13º para o Bolsa Família, essa máxima foi levada ao pé da letra. Em 2019, quando a ideia foi lançada, o custo estimado era de R$ 2 bilhões.
Mas, com o crescimento do programa e os ajustes nos benefícios, o impacto financeiro saltou para impressionantes R$ 14 bilhões por ano.
Esse valor assustou muita gente, especialmente o governo e os parlamentares. E não é para menos: em 2023, os repasses totais do Bolsa Família já somaram R$ 170 bilhões. Acrescentar mais uma despesa desse porte poderia comprometer seriamente o orçamento público.
E os debates no Congresso?
A discussão não foi fácil. De um lado, estavam aqueles que defendiam a medida como uma forma de reduzir a desigualdade social e garantir um fim de ano mais digno para milhões de brasileiros. Mas, do outro lado, os argumentos financeiros e legais pesaram.
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), deixou claro que o 13º não cabia no orçamento. Segundo ele, a proposta contrariava a Lei de Responsabilidade Fiscal, que exige que o governo mantenha suas contas em dia.
Além disso, o governo estava empenhado em reduzir o déficit público, o que significava cortar despesas, e não criar novas.
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E agora, o que sobra para as famílias?
Embora o 13º tenha sido descartado, o Bolsa Família continua sendo uma peça-chave na luta contra a pobreza. Mas, para muitos beneficiários, fica o gostinho amargo de uma oportunidade perdida. Afinal, quem não gostaria de uma ajuda extra no fim do ano?
O programa, no entanto, oferece benefícios robustos que ajudam milhões de brasileiros a manterem o básico em suas casas. Alguns dos destaques são:
- Renda de Cidadania: R$ 142 por pessoa da família;
- Complementar: Um adicional para garantir o mínimo de R$ 600 por família;
- Primeira Infância: Extra de R$ 150 por criança de até 7 anos;
- Variável Familiar: R$ 50 por gestantes ou jovens de 7 a 18 anos;
- Nutriz: R$ 50 para bebês de até 7 meses.
Mas, apesar dos avanços, o 13º ainda é um desejo distante.
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Por que o 13º é um sonho complicado?
A questão principal é a sustentabilidade. A intenção de ajudar é ótima, mas as contas precisam bater. Sem recursos financeiros suficientes, o risco de desequilíbrio fiscal é grande.
E quando o governo gasta mais do que pode, o resultado pode ser desastroso: inflação, cortes em outros programas ou até aumento de impostos.
O abono festas seria uma medida popular, mas também extremamente cara. Para torná-lo realidade, seria necessário tirar recursos de algum lugar, e isso poderia prejudicar outras áreas, como saúde, educação ou infraestrutura.
E o que podemos esperar par aos próximos pagamentos? O abono vem?
Por enquanto, o 13º não vai sair do papel, mas isso não significa que o debate acabou. Sempre que há mudanças no governo ou na economia, novas possibilidades surgem.
Mas, para que algo assim funcione, será preciso muito mais do que boa vontade: será necessário um planejamento fiscal sólido e fontes de financiamento claras.
A verdade nua e crua
O sonho do 13º para o Bolsa Família pode ter “dado ruim”, mas ele abriu uma discussão importante sobre o equilíbrio entre justiça social e responsabilidade fiscal.
E se tem algo que fica claro nessa história é que boas intenções não bastam: é preciso ter os pés no chão e as contas na ponta do lápis.
Enquanto isso, o Bolsa Família continua sendo uma rede de proteção essencial para milhões de famílias. E quem sabe, um dia, com um orçamento mais saudável e bem planejado, o tão esperado abono festas finalmente chegue para iluminar os fins de ano de quem mais precisa. Mas, por enquanto, a ideia fica só no papel.