FIM do Minha Casa Minha Vida: sair do Bolsa Família anula financiamento da casa?
O programa Minha Casa Minha Vida tem sido um pilar fundamental na realização do sonho da casa própria para milhões de brasileiros desde seu lançamento em 2009. Com a iniciativa, mais de 7,7 milhões de famílias conseguiram adquirir suas moradias, transformando significativamente o cenário habitacional do país. No entanto, com as recentes mudanças e o relançamento do programa em 2023, surgem dúvidas sobre a continuidade dos benefícios, especialmente para aqueles que dependem do Bolsa Família.
Com a ampliação do Minha Casa Minha Vida para atender famílias com renda maior e a introdução de novas possibilidades de financiamento, muitas pessoas se perguntam se a saída do Bolsa Família pode afetar o financiamento da casa própria. Este artigo explora essas questões, detalhando as novas regras do programa e esclarecendo como elas impactam os beneficiários. Entenda como o programa continua a oferecer oportunidades de moradia digna e acessível, mesmo em meio a mudanças nas políticas sociais.
Você tem que ler isso ainda hoje:
- Novo erro resolvido no Bolsa Família: cuidado para não ter seu NIS “perdido”
- Nova esperança! Quais mulheres do Bolsa Família terão BÔNUS de R$ 1,2 MIL
- Comunicado CAIXA para NIS 0 a 9 e SALDO bloqueado: “Pendente autorização de débito automático junto ao seu banco”
A Evolução do Minha Casa Minha Vida
Ampliação do Programa e Novas Regras
Em 2023, o programa passou a atender famílias com renda mensal de até R$ 8 mil em áreas urbanas e renda anual de até R$ 96 mil em áreas rurais. Essa ampliação permite que mais brasileiros realizem o sonho da casa própria. Além disso, a possibilidade de utilizar os depósitos futuros do FGTS oferece uma nova perspectiva de financiamento, beneficiando ainda mais pessoas.
Impacto na Sociedade e Empregabilidade
Desde o seu relançamento, o Minha Casa Minha Vida tem sido uma ferramenta importante para a construção de moradias e a geração de empregos. Em 2023, foram entregues mais de 21 mil unidades habitacionais, e outras 22 mil, que estavam paralisadas, tiveram suas obras retomadas. Além disso, foram contratadas mais de 500 mil novas moradias, com a meta de garantir a contratação de dois milhões de unidades até 2026.
Como Funciona o Minha Casa Minha Vida?
Critérios de Elegibilidade
O programa atende famílias com renda mensal bruta de até R$ 8 mil em áreas urbanas e renda anual bruta de até R$ 96 mil em áreas rurais. Para se inscrever, as famílias não podem ter nenhum imóvel registrado em seu nome. Os critérios de renda são divididos em três faixas:
- Faixa 1: Renda mensal de até R$ 2.640 em áreas urbanas ou renda anual de até R$ 31.680 em áreas rurais
- Faixa 2: Renda mensal entre R$ 2.640,01 e R$ 4.400 em áreas urbanas ou renda anual entre R$ 31.680,01 e R$ 52.800 em áreas rurais
- Faixa 3: Renda mensal entre R$ 4.400,01 e R$ 8.000 em áreas urbanas ou renda anual entre R$ 52.800,01 e R$ 96.000 em áreas rurais
Critérios Impeditivos
De acordo com o Art. 9º da Lei 14.620, de 13 de julho de 2023, não podem participar do programa pessoas que:
- Sejam titulares de contrato de financiamento obtido com recursos do FGTS
- Sejam proprietárias, promitentes compradoras ou titulares de direito de aquisição de imóvel residencial
- Tenham recebido, nos últimos dez anos, benefícios similares de programas habitacionais
Inscrição no Programa
Para as famílias da Faixa 1, o cadastro e seleção de beneficiários são realizados pelos governos estaduais ou municipais ou por entidades organizadoras. Nas Faixas 2 e 3, a aquisição da unidade é possível por meio de financiamento habitacional, sendo necessário procurar uma instituição financeira que opere o programa, como o Banco do Brasil ou a Caixa Econômica Federal.
Custo de Inscrição
O Minha Casa Minha Vida já prevê recursos para custear despesas administrativas, portanto, não há cobrança de taxa de cadastramento. O Ministério das Cidades reforça que é proibida a cobrança de taxas para priorizar beneficiários, orientando denunciar tais atitudes ao Ministério Público.
Benefícios e Possibilidades do Programa
Utilização do FGTS
Os trabalhadores com vínculo empregatício formal podem usar o saldo do FGTS como entrada ou para amortizar o saldo devedor do financiamento. Essa opção é válida quando o beneficiário acumulou pelo menos três anos de trabalho com depósitos no FGTS, que não precisam ser consecutivos.
Subsídios e Facilidades
As famílias com dependentes recebem 100% do subsídio concedido pelo programa. Dependentes incluem filhos ou enteados de até 21 anos, incapacitados de qualquer idade ou filhos que estudam e tenham até 24 anos. Além disso, a parcela do financiamento não pode exceder 30% da renda familiar, garantindo que as famílias possam arcar com os custos sem comprometer sua subsistência.
Perda do Imóvel
O beneficiário que atrasar duas ou mais prestações pode perder o imóvel adquirido. Nesse caso, a dívida é cobrada integralmente, e não será possível adquirir outro imóvel com os descontos e vantagens do programa no futuro.
Novas Regras e Isenção para Beneficiários do Bolsa Família e BPC
Isenção de Prestações
As novas regras, publicadas na Portaria 1.248 do Ministério das Cidades em 28 de setembro de 2023, dispensam beneficiários do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) de pagar as prestações dos imóveis comprados pelo programa. Essa isenção vale para todos os contratos, novos ou antigos, desde que a pessoa esteja inscrita nos programas sociais em 28 de setembro de 2023.
Redução do Número de Prestações
Famílias com renda mensal de até R$ 2.640, enquadradas na Faixa 1, também serão beneficiadas com a redução do número de parcelas. Imóveis contratados pelo Programa Nacional de Habitação Urbana (PNHU) terão as prestações reduzidas de 120 para 60. No Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), a parcela paga será reduzida de 4% para 1% do valor.
Redução do Valor das Prestações
Os novos contratos, assinados a partir de 28 de setembro de 2023, terão uma redução nos valores das prestações, com base na renda familiar. Para famílias com renda bruta mensal de até R$ 1.320, a prestação será de 10% da renda familiar, com parcela mínima de R$ 80. Para rendas entre R$ 1.320,01 e R$ 4.400, a prestação será de 15% da renda familiar menos R$ 66 do valor apurado.
O Minha Casa Minha Vida continua a ser uma ferramenta essencial para a redução do déficit habitacional no Brasil, oferecendo subsídios e facilidades para que mais famílias possam adquirir sua casa própria.